
Admitem lá, já pensaram nisso (de certeza) pelo menos uma vez. Deixar o cinzento, trocar a camisola por uns óculos de sol e começar as manhãs com um café em frente ao oceano em vez do barulho do trânsito. Pois bem, não estão sozinhos ! Há cerca de dez anos, Portugal tornou-se O destino preferido dos reformados franceses. Sol, mar, fiscalidade simpática (bem… até há pouco tempo) e qualidade de vida : a fórmula é irresistível. Mas porquê exatamente ? E, sobretudo, será que continua a ser assim tão interessante em 2025 ?
O sonho português versão “doçura de viver”
Antes de mais, é preciso dizê-lo : Portugal tem aquele charme tranquilo que a França, por vezes, perdeu nas suas grandes cidades. Aqui, o ritmo é mais lento, as pessoas ainda têm tempo para dizer “bom dia” ao padeiro, e o custo de vida, mesmo tendo subido um bocadinho, continua geralmente mais acessível. Imaginem : um almoço completo (com vinho, claro, não vamos mudar as boas tradições) por 10€, um café a 1€, e uma vista para o oceano como bónus. Cidades como Lagos, Tavira, Cascais ou até o Porto oferecem um equilíbrio perfeito entre conforto moderno e ambiente local.
E depois há o clima : mais de 300 dias de sol por ano em certas regiões. Dá para dizer que as articulações e o humor agradecem (e confirmo, faz mesmo toda a diferença) !

© aaron-burden
A famosa “vantagem fiscal” (e porque mudou um bocadinho)
Sejamos honestos : se tantos reformados franceses fizeram as malas, a fiscalidade vantajosa de Portugal teve muito a ver com isso. Durante vários anos, o famoso estatuto RNH (Residente Não Habitual) permitia que os reformados estrangeiros ficassem praticamente isentos de impostos sobre a sua pensão durante dez anos. Claro que isso atraiu muita gente.
Mas desde 2020 (e ainda mais desde 2025), o regime mudou : os novos pedidos são tributados a 10% sobre as pensões estrangeiras. Será o fim do sonho ? Nem por isso. Porque, comparado com a fiscalidade francesa, Portugal continua bastante competitivo, e o custo de vida, esse, compensa amplamente a diferença. E sejamos francos : quando se pode viver melhor, com menos stress e mais sol, a equação continua vencedora.
Franceses por todo o lado (mas não em demasia)
Portugal tem esta particularidade de saber receber estrangeiros sem se transformar num parque de expatriados. Sim, há bairros “franco-friendly”, sobretudo no Algarve, em Lisboa e em Cascais, mas também se pode viver muito bem à portuguesa, no mercado local, com um “obrigado” (ou “obrigada” se forem mulheres) bem colocado e um sotaque encantador.
Os reformados que se instalam aqui não procuram necessariamente “refazer a França ao sol”, mas sim encontrar um equilíbrio : viver de forma simples, boa e aproveitar o tempo. E entre nós, quem é que os pode culpar ?
O sistema de saúde e a segurança : dois argumentos de peso
O que muitas vezes se esquece é que Portugal tem um sistema de saúde pública muito bom, reconhecido em toda a Europa. Os cuidados são acessíveis, de qualidade, e o custo de um seguro de saúde privado (para complementar) continua muito abaixo do de muitos outros países europeus.
E no que toca à segurança, Portugal está regularmente entre os países mais seguros do mundo. Sem stress, menos paranoia : podem andar tranquilamente à noite, mesmo nas grandes cidades (ok, tenham atenção conforme o bairro, mas no geral sim, sente-se mais segurança). É simples, aqui respira-se.
Os pequenos contras (porque é preciso ser honesto também)
Nem tudo é perfeito, claro. As rendas aumentaram muito, sobretudo em Lisboa e no Porto. Encontrar uma casa “acessível” com vista para o mar exige, por vezes, um pouco de paciência (ou de sorte). E depois, é preciso adaptar-se a outro ritmo : administração lenta (se soubessem !), língua nem sempre fácil (embora os portugueses sejam adoráveis e muitas vezes bilingues) e um clima, por vezes, mais fresco do que se imagina no norte do país. E sobretudo, se se lançarem em obras, pode tornar-se rapidamente complicado (entre encontrar um profissional fiável, que chegue a horas e faça o trabalho como deve ser…) ! Falo por experiência e, acreditem, não sou a única a dizê-lo !
Mas pronto… se as maiores dificuldades forem aprender a dizer “pastel de nata” sem sotaque e habituar-se a jantar tarde, já vimos reformas bem piores, não é ?
Então, porque é que vêm (e porque é que ficam) ?
Porque, para lá dos números, das taxas de imposto e das folhas de Excel, há uma verdadeira qualidade de vida. Os dias passam ao ritmo do sol, as refeições prolongam-se nas esplanadas e os laços humanos voltam a ter um lugar que se tinha perdido noutros lados. Portugal oferece essa mistura rara : um país europeu, estável, seguro, ensolarado, onde é possível viver decentemente sem precisar de uma fortuna.
E depois, para os franceses, fica apenas a duas horas de avião de Paris, prático para ver os netos (ou fugir ao inverno, como preferirem).
Se sonham com uma reforma tranquila, viva, à beira-mar ou numa pequena cidade cheia de charme, Portugal continua a preencher muitas condições. É verdade, a fiscalidade mudou, o país está um pouco mais caro do que há dez anos, mas o prazer, esse, permanece intacto. Então, será que Portugal é “o paraíso fiscal perdido” ? Não. É simplesmente o paraíso do dia a dia simples, e talvez seja ainda melhor assim.
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