Um verdadeiro tesouro cultural escondido encontra-se no tranquilo bairro de Xabregas, em Lisboa : o Museu Nacional do Azulejo (Museu Nacional do Azulejo). Muitas vezes esquecido pelos turistas, este museu, instalado no sumptuoso Convento da Madre de Deus, fundado em 1509 pela rainha D. Leonor, merece plenamente uma visita. O azulejo, esse revestimento típico de Portugal, é muito mais do que um simples elemento decorativo: conta a história, a arte e a identidade do país. Através das suas coleções, descobrimos a evolução desta arte fascinante, desde as suas origens mouriscas até às interpretações mais contemporâneas.

Um lugar cheio de história

O Convento da Madre de Deus é uma verdadeira joia arquitetónica, um exemplo notável do estilo manuelino e barroco. A sua fachada imponente, os claustros elegantes e a igreja ricamente decorada com dourados e frescos fazem dele um local imperdível para os amantes da história e da arte. O museu ocupa hoje todo o edifício, oferecendo aos visitantes uma imersão completa no universo dos azulejos e na atmosfera serena dos antigos mosteiros lisboetas.

Uma coleção excecional

O museu abriga uma das mais vastas coleções de azulejos do mundo, abrangendo um período que vai do século XV até aos dias de hoje. Entre as peças mais impressionantes encontra-se o Grande Panorama de Lisboa, um painel com vinte e três metros de comprimento, realizado em 1738, que representa a cidade antes do terramoto de 1755. Também se podem admirar os famosos painéis da Caça ao Leopardo, cenas do século XVII que revelam a influência oriental na arte portuguesa, e a magnífica Cena da Natividade, uma obra barroca do século XVIII de grande riqueza decorativa. O museu conserva ainda azulejos provenientes de antigos conventos, igrejas e palácios, testemunhando a importância deste ofício no património arquitetónico português.

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Informações práticas

Endereço : Rua da Madre de Deus, 4, 1900-312 Lisboa.

Horário : aberto de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h15). Encerra à segunda-feira, a 1 de janeiro, no domingo de Páscoa, a 1 de maio, a 13 de junho e a 25 de dezembro.

Preços : cerca de 10 € por adulto. Entrada gratuita para crianças e jovens até aos 12 anos, residentes em Portugal em certos casos, pessoas com deficiência (com acompanhante) e antigos combatentes.

Acesso : autocarros n.º 718, 742, 759, 794 (paragem Madre de Deus); comboio e metro na estação de Santa Apolónia (cerca de vinte minutos a pé).

Serviços : café e loja, biblioteca mediante marcação (de segunda a sexta-feira, das 14h00 às 17h30), bem como visitas guiadas e oficinas educativas para grupos e escolas.

Porque visitar o museu

O Museu Nacional do Azulejo é uma paragem essencial para compreender a identidade cultural de Portugal. Oferece uma perspetiva única sobre a evolução da arte do azulejo, desde as raízes mouriscas até às criações contemporâneas. Ao percorrer as suas galerias, o visitante descobre como os azulejos adornaram igrejas, palácios e espaços públicos, tornando-se uma verdadeira linguagem visual. O museu destaca também o trabalho de preservação do património e a transmissão do saber-fazer artesanal português. Exposições temporárias, conferências e ateliers são organizados regularmente, permitindo uma experiência ainda mais enriquecedora. Recomenda-se consultar o site oficial antes da visita para conhecer a programação atual.

A não perder

A Igreja da Madre de Deus, uma obra-prima barroca magnificamente decorada com dourados e frescos.

O claustro, adornado com painéis de azulejos que retratam cenas religiosas.

As exposições temporárias, que apresentam as tendências mais atuais da arte do azulejo, com artistas portugueses e internacionais.

O café do museu é um espaço calmo e acolhedor onde se pode saborear uma bica acompanhada por um bom pastel de nata no jardim interior (para aproveitar o sol !)

Uma experiência inesquecível

O Museu Nacional do Azulejo é muito mais do que um simples espaço expositivo. É uma imersão na alma portuguesa, um encontro entre história, cor e emoção. Cada azulejo conta um fragmento do passado, cada sala revela um pouco mais do génio criativo do povo português. Quer seja apaixonado por arte, por história ou apenas curioso, esta visita é obrigatória. Caminhe pelas suas galerias, deixe-se encantar pela beleza dos azulejos e descubra uma parte essencial do património português, simultaneamente autêntico e intemporal.