O festival de Cinema de Lisboa & Estoril
Desde os seus humildes começos até à sua estatura atual como encontro incontornável do cinema europeu, o Lisbon & Estoril Film Festival (LEFFEST) tornou-se um marco maior no panorama cultural português. Da costa chique de Estoril à capital Lisboa, este festival soube transformar-se, cruzar as artes e atrair nomes prestigiados, ao mesmo tempo que construiu uma identidade própria.
Origens e nascimento
O festival encontra as suas raízes em Estoril, na Riviera portuguesa, na primeira metade dos anos 2000. Segundo as fontes, o festival é «criado» em 2006. O produtor e figura do audiovisual português Paulo Branco é um dos seus fundadores, o que lhe confere desde logo uma dimensão de cinema de autor.
Nos seus primórdios, o evento era conhecido como Festival de Cinema de Estoril. Propunha uma competição aberta a filmes internacionais, ficção, documentário e animação, atribuindo nomeadamente o «Silver Seagull Award».
Muito rapidamente, o festival procurou posicionar-se não apenas como uma montra de filmes, mas também como um espaço de debate, de cruzamentos artísticos (música, teatro, fotografia) e de descobertas.
Expansão e mutação
Ao longo dos anos, o festival deslocou-se de facto para Lisboa e arredores. A sua designação evoluiu (Lisbon & Estoril Film Festival) e depois, durante algum tempo, Lisbon & Sintra. Isso reflete uma ambição maior: federar o território da região de Lisboa, oferecer espaços variados, alcançar o público urbano e internacional.
No seu programa, encontramos secções «Competição», «Descobertas», «Fora de competição», mas também numerosas «master-classes», retrospetivas, tributos a autores-cineastas. O festival tornou-se assim um laboratório de trocas entre cinema e outras formas artísticas.
Alguns momentos marcantes
Entre os momentos históricos, nota-se que, já na sua 6.ª edição (2012), o festival reunia nomes prestigiados como Willem Dafoe, Fanny Ardant, Abel Ferrara. Isso mostra o quanto o evento já tinha ganho legitimidade internacional.
Em 2010, surge a menção de uma edição «Estoril Film Festival». O crescimento continua ao longo da década. O facto de o festival decorrer em novembro sublinha o seu posicionamento outonal, antes do final do ano, o que pode servir de referência para cinéfilos e profissionais.
LEFFEST em 2025

A 19.ª edição do festival decorrerá de 7 a 16 de novembro de 2025 em Lisboa. Na sua apresentação, a 23 de setembro de 2025, foi anunciado que oito espaços da capital acolherão projeções e eventos: Cinema São Jorge, Cinema Medeia Nimas, Culturgest, Teatro do Bairro, Auditório dos Recreios da Amadora, Cineteatro D. João V, Galeria Zé dos Bois, NOS Amoreiras.
O programa dá claramente destaque à dimensão «cidade-cinema», confirmando Lisboa como plataforma internacional da sétima arte.
O site do festival insiste na «seleção envolvente da melhor produção cinematográfica contemporânea» e na sua ambição de «ultrapassar os limites do cinema cruzando-o com outras artes e disciplinas». Uma das novidades de 2025 é a secção «Discoveries», que destaca «oito vozes emergentes» vindas de horizontes muito diversos.
O festival afirma ainda que acolherá «ten leading figures» do mundo da arte, cinema e música.
O que o festival representa hoje
LEFFEST ocupa um papel híbrido: festival de cinema, plataforma artística, cruzamento cultural. Permite a Lisboa posicionar-se, no imaginário, como cidade-cinema e atrair não só o público nacional como também internacional. A presença de realizadores, atores e debates enriquece o evento.
Além disso, o festival desempenha um papel económico e turístico significativo. Contribui para a vida cultural da capital, estimula as infraestruturas (salas, espaços de arte) e inscreve-se numa temporada cultural outonal atrativa.
É também um motor de descoberta de cinemas não mainstream, um trampolim para jovens realizadores, nomeadamente através da secção Discoveries.
Alguns números e factos a notar
• Desde a sua criação (2006) e transformação, o festival mudou de nome e de dimensão.
• O site oficial indica que a 19.ª edição (2025) decorre durante 10 dias, o que lhe dá uma duração estável para um festival de importância.
• O festival é mencionado como «one of Europe’s leading film festivals» pela qualidade da sua seleção e pelos seus cruzamentos artísticos.
Desafios e apostas
Como qualquer festival, o LEFFEST enfrenta desafios: fidelizar um público curioso mas exigente, manter um equilíbrio entre cinema de autor e atratividade para o grande público, renovar-se num panorama cada vez mais competitivo.
Outro desafio é o da internacionalização: como atrair produtores, distribuidores e festivaleiros de dimensão mundial mantendo uma forte identidade portuguesa? O facto de Lisboa se tornar mais central que Estoril na organização testemunha essa estratégia.
A questão da hibridização do evento (cinema + artes + debates + digital) revela também a vontade de alargar o alcance do festival para além das projeções.
O que lá aconteceu recentemente
Em 2025, como referido, a programação valoriza filmes internacionais, vozes emergentes, eventos paralelos (música, arte). O facto de a secção Discoveries reunir oito filmes de «vozes ascendentes» constitui um sinal forte. (source turn0search1)
Na apresentação, o alargamento geográfico aos subúrbios (Amadora) e a nova identidade visual são também factos recentes. (source turn0search5)
Volta a surgir a ideia de reforçar a acessibilidade dos espaços, com várias salas em Lisboa e uma parceria com a autarquia.
Porquê ir ao LEFFEST?
Para um amante de cinema, o LEFFEST oferece:
• Uma seleção que alia cinema de autor, descobertas internacionais, reposições de qualidade.
• Uma cidade acolhedora: Lisboa, entre património histórico e vida cultural moderna.
• Espaços variados e muitas vezes espetaculares.
• Oportunidades de encontros com criadores, master-classes, debates, o que faz dele mais do que um simples ecrã.
Para um profissional, é uma oportunidade de ver o que se faz lá fora, de criar contactos, de ouvir falar de tendências.
Para o turista cultural, é um pretexto para combinar descoberta urbana, cinema, ambiente outonal e dinâmica local.
Olhar para o futuro
Com a 19.ª edição em 2025, o LEFFEST parece consolidar a sua fórmula. O foco na dimensão «cidade-filme», os cruzamentos culturais, a visibilidade acrescida, tudo isso sugere que o festival não se limita a repetir, mas a reinventar-se.
É provável que as próximas edições prossigam:
• O alargamento a novos formatos (VR, cinema híbrido).
• O reforço das secções de descobertas e jovens talentos.
• Maior presença internacional mantendo a valorização do cinema português.
• Maior envolvimento dos públicos, especialmente dos mais jovens.
PORTANTO…
O Lisbon & Estoril Film Festival (LEFFEST) é hoje um pilar cultural em Portugal: dos seus humildes começos em Estoril à sua forma atual centrada em Lisboa, simboliza a vitalidade do cinema no país. A edição de 2025 promete ser rica, inovadora e aberta. Para quem se interessa por cinema, cultura ou Lisboa, é certamente uma data a assinalar.
LR
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