
Entre todos estes estabelecimentos, como perceber por onde começar ? Portugal conta com duas grandes marcas de supermercados : Pingo Doce e Continente. Ambas são marcas nacionais, com muitos anos de história e bem implantadas em todo o país. É precisamente nestes dois supermercados que encontrará tudo o que precisa para fazer as suas compras: uma ampla variedade de marcas portuguesas e algumas estrangeiras, aquelas que os expatriados procuram quando sentem falta de um sabor caseiro.
Para muitos expatriados e turistas, compreender o funcionamento das grandes superfícies locais é uma verdadeira porta de entrada na vida portuguesa. Então, vamos descobrir juntos o mundo (quase fascinante) dos supermercados portugueses !
Um pouco de história, dos mercados às grandes superfícies
Durante muito tempo (e ainda hoje, em algumas regiões do país) a vida quotidiana organizava-se em torno dos mercados tradicionais, as famosas “feiras”. Cada cidade e cada vila tinha o seu mercado, onde se compravam frutas, legumes da horta, peixe fresco e carne. E a verdade é que é ali que o coração do Portugal rural continua a bater.
Estes mercados continuam a ser uma experiência imperdível para quem quer conhecer a gastronomia local, sentir os aromas do azeite e do coentro fresco, ou trocar umas palavras com os vendedores. Mas, a partir da década de 1980 (e sobretudo nos anos 1990), as grandes superfícies começaram a espalhar-se um pouco por todo o país, mudando profundamente os hábitos de consumo dos portugueses.
Entre os pioneiros está o Continente, fundado em 1985, que se tornou a primeira grande cadeia de distribuição do país. Pouco depois, o Pingo Doce conheceu uma ascensão rápida e impôs-se como o seu principal concorrente. Mais tarde, chegaram as marcas internacionais como Auchan (antigamente Jumbo), Intermarché, Leclerc, Aldi e Lidl, completando o panorama.
Hoje em dia, os portugueses equilibram-se entre tradição e modernidade: fazem as compras no mercado para os produtos frescos e vão ao supermercado para as grandes marcas ou para o essencial do dia a dia. Um belo equilíbrio entre autenticidade e praticidade.
As principais cadeias de Portugal
Pingo Doce
É, sem dúvida, a marca mais emblemática do país ; o Pingo Doce pertence ao grupo Jerónimo Martins, um histórico da distribuição portuguesa. Encontra-se em todo o lado : nas grandes cidades e nas pequenas vilas mais afastadas.
A força do Pingo Doce ? Preços competitivos, promoções frequentes, uma ampla gama de produtos portugueses e, sobretudo, um espaço de restauração muito apreciado: o restaurante “Comida Fresca”, onde é possível comprar pratos prontos no local (confesso que também vou lá quando não tenho nada preparado em casa, é bom e barato!) Grelhados, sopas, saladas… há de tudo. É a solução ideal para um almoço rápido ou um jantar sem precisar cozinhar. E o frango grelhado é quase sempre delicioso, palavra de cliente habitual !
Continente
O Continente, o outro gigante do setor (antigamente “Modelo”), nasceu no Porto nos anos 1980. Em poucas décadas, a marca tornou-se uma verdadeira instituição. Os seus grandes hipermercados, mas também os formatos mais pequenos, Continente Bom Dia, respondem a todas as necessidades.
Lá encontra-se de tudo : alimentação, roupa, eletrodomésticos, decoração… A marca criou ainda as suas próprias linhas de produtos e aposta fortemente na fidelização através do cartão Continente, muito popular. Este permite acumular descontos e usufruir de ofertas personalizadas. Em resumo, é um pouco o “Carrefour português”, mas com um charme bem local.
Auchan
Antigamente conhecido como Jumbo, o Auchan soube modernizar-se e adaptar-se ao mercado português. Os seus hipermercados são amplos, luminosos e oferecem uma grande variedade de produtos, nomeadamente nos setores biológico e internacional.
Encontram-se muitas vezes galerias comerciais com cafés, lojas e até cabeleireiros, o que faz destas superfícies quase um programa de compras completo. Um bom exemplo é o Mar Shopping, em Matosinhos, perto do Porto, onde é possível fazer compras, passear, almoçar e sair com a sensação de ter passado uma tarde inteira a passear.

Lidl e Aldi
As cadeias alemãs estão bem implantadas em Portugal, e o Lidl tornou-se particularmente popular. Os portugueses apreciam as promoções semanais, os preços baixos e até os produtos importados (por vezes franceses ou italianos), que agradam aos expatriados mais nostálgicos.
O Lidl adaptou-se bem ao gosto local : lá encontra-se bacalhau seco, pastéis de nata ainda quentes e produtos tipicamente portugueses. Uma combinação perfeita entre as tradições lusitanas e a eficiência alemã.
Leclerc, Intermarché e MiniPreço
Tal como em França, o Intermarché e o Leclerc destinam-se sobretudo às cidades de média dimensão. Encontra-se uma seleção de produtos franceses e preços competitivos. A proximidade é uma mais-valia : faz-se as compras de forma rápida e sem stress.
O MiniPreço, por sua vez, é uma cadeia de pequenos supermercados de bairro, geralmente localizados em zonas residenciais. É o equivalente a um Dia ou a um Franprix em França: prático, rápido e perfeito para uma compra de última hora.
Mercadona
Esta marca espanhola chegou a Portugal há poucos anos, mas a sua expansão tem sido impressionante: 64 lojas em 2025. O Mercadona distingue-se pela atenção ao detalhe: percurso de compra intuitivo, espaço de cafetaria com máquina de café e guardanapos, tudo pensado para o conforto do cliente.
A maioria dos produtos vem de Espanha, muitas vezes de marca própria, mas a qualidade é notável. Muitos expatriados também apreciam o ambiente organizado e tranquilo, bem longe da confusão dos sábados à tarde !
E não se surpreenda : em Portugal, o setor dos iogurtes é minúsculo ! Os portugueses consomem-nos pouco, preferindo uma peça de fruta ou um flan como sobremesa.
Outra particularidade : a cultura do prato preparado. Os portugueses adoram comprar um frango assado (o famoso frango no churrasco, uma delícia!), uma sopa tradicional ou um bacalhau já pronto. É um hábito cultural : mesmo sem cozinhar, come-se bem (e como em casa).
As dicas para fazer boas compras
Para se integrar na vida local, alguns conselhos valem ouro. Primeiro, descarregue as aplicações das grandes cadeias: Pingo Doce, Continente ou Auchan. Permitem consultar as promoções, criar listas de compras e até fazer encomendas online para entrega ao domicílio ou recolha rápida.
Depois, pense nos cartões de fidelização. Os do Continente e do Pingo Doce fazem realmente a diferença: com os descontos acumulados, a poupança nota-se logo na fatura.
E, sobretudo, não ignore os mercados. Para frutas, legumes e peixe, a frescura é imbatível e, muitas vezes, o preço é inferior ao dos supermercados.
Outro ponto positivo: a maioria dos supermercados fecha tarde, muitas vezes por volta das 23 horas. Pode-se fazer as compras à noite, sem multidões nem filas intermináveis. Um verdadeiro luxo para notívagos ou pais com dias preenchidos.
Supermercados e cultura portuguesa
Para além das compras, os supermercados portugueses refletem a cultura do país. Entre os corredores de bacalhau (não, não é um cliché! existem mais de 365 receitas diferentes) e os de azeite e vinho, descobre-se um povo profundamente ligado à sua gastronomia.
Fazer compras aqui não é apenas encher o carrinho: é compreender uma forma de viver. É observar famílias a conversar junto ao balcão das refeições prontas, é sentir que cada produto local conta uma história.
Quer vá ao Pingo Doce ou ao Intermarché, fazer compras em Portugal é quase uma viagem cultural. Entre as prateleiras de bacalhau, as garrafas de vinho verde e os pastéis ainda mornos, percebe-se rapidamente que, em Portugal, comer (mesmo no supermercado) é toda uma arte de viver !
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