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Tram 28 em Lisboa :  útil ou armadilha para turistas ?

Tram 28 em Lisboa : útil ou armadilha para turistas ?

Ah, o Tram 28… Esse pequeno eléctrico amarelo que serpenteia pelas ruazinhas de Lisboa, cabine de madeira, curvas apertadas… Tenho a certeza de que já o viu (mesmo em fotografia!) Mas aqui vai a pergunta que mexe consigo : será realmente indispensável ou apenas mais um cliché turístico para riscar da lista antes de passar ao próximo ? Vamos conversar sobre ele, os bons lados, os “atenção”, e como desfrutar verdadeiramente da experiência.

Uma viagem histórica e encantadora

O Tram 28 não é apenas um eléctrico: é uma máquina de viajar no tempo que range e balança nas ruas de Lisboa. Essas belas composições “Remodelado” dos anos 1930 sobreviveram a várias gerações de lisboetas e continuam a esgueirar-se pelas ruelas estreitas de Alfama, Graça e Baixa, com um charme retro que nenhum metro poderá igualar. Suba a bordo, e assim de repente, vai-se encontrar entre o passado e o presente, entre calçadas e poesia (ok, com algumas sacudidelas também, mas isso faz tudo parte do charme, segurasse !).

© daniil-korbut


Um percurso que não se veria tão bem de outra forma

Vamos ser claros: nenhum autocarro turístico lhe proporcionará isto ! O Tram 28 é um resumo perfeito de Lisboa numa só linha. Parte de Martim Moniz e vai até Campo de Ourique, passando por Alfama, Chiado, Estrela… em suma, cumpre todos os requisitos dos bairros míticos. Sobe, observa pela janela, e voilà! Fachadas coloridas, azulejos, colinas e miradouros sucedem-se como um filme que não se quer terminar.

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Um símbolo lisboeta

Sejamos honestos: já o vimos todos num postal ou no Instagram. Esse eléctrico amarelo é o cliché lisboeta… mas um cliché que adoramos! Subir nele é quase dizer “pronto, cá estou eu”. É um ritual, um passo obrigatório, quase uma declaração de amor à cidade.

Mas (e sim, há um “mas”)

Pois, este eléctrico é encantador, mas acima de tudo… é super popular ! Muito popular… ou seja : muitas vezes há fila a partir das 8h da manhã, e por dentro é ambiente lata de sardinhas (o que também é muito português, vá-lá!). Se esperava um passeio calmo com vista panorâmica, mais vale ir cedo ou tarde, senão vai acabar por… ver sobretudo as costas do vizinho.

Sejamos francos : grande parte dos passageiros não vai para o trabalho. Vão fazer a “experiência Tram 28”, máquina fotográfica (ou smartphone) em punho. E mesmo que seja divertido, isso tira um pouco da autenticidade da coisa. Se procurava a linha típica dos locais, terá de olhar para outro lado (ou apanhar um eléctrico às 6h da manhã, mas sejamos realistas, férias também são para dormir !).

Pickpockets, esses passageiros discretos

Mais uma vez, é o reverso do sucesso. Onde há multidão, há também os pequenos espertinhos. Portanto não vale a pena sermos dramáticos, mas… feche a mala, mantenha o telemóvel à vista, evite bolsos traseiros. Lisboa é globalmente segura, mas o Tram 28… bem, é quase campo livre para uns quantos.

Continua a ser um meio de transporte (mas não um serviço expresso)

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Último ponto, e não menos importante : o Tram 28 é um eléctrico antigo. Pára muitas vezes, avança devagarinho, sobe colinas com raça (mas sem pressa), e esquiva-se entre os carros mais com bom humor do que com velocidade. Ou seja, se está com pressa, este não é o meio indicado. O Tram 28 saboreia-se, não se corre.

Em resumo : é um pouco como um filme culto : todo o mundo fala dele, toda a gente quer ver, mas há que o ver no momento certo para realmente o apreciar!

Como tirar o melhor proveito “bem” sem entrar na armadilha ? 

  • Suba de manhã cedo (antes das 9h) ou à noite para evitar o pânico.
  • Escolha um dos terminais para embarcar: Martim Moniz ou Campo de Ourique, vai aumentar as chances de se sentar ao lado da janela.
  • Pague com o cartão Viva Viagem ou use o Lisboa Card, assim simplifica e normalmente sai mais barato do que o tarifário “à vista” dentro do eléctrico.
  • Se o Tram 28 estiver cheio ou quiser evitar a confusão, opte por uma linha alternativa: a 12, a 18 ou a 24 são mais calmas e igualmente pitorescas.
  • Mantenha os olhos nas suas coisas. Sim, outra vez. Não é dramático, mas não vamos glorificar os pickpockets!

Veredito : indispensável ou boa opção ?

Sim, digo-lhe : sim, é um “must”, mas com condições ! Não pense “tenho de o fazer a todo o custo” e tratar por “checked ok ”. Faça-o quando tiver tempo, quando estiver relaxado(a), com a mentalidade “vou levar na boa, vou ver a cidade sobre carris”. Se for com a mentalidade “tick na lista e corro para o próximo spot”, há hipótese de sair um pouco desapontado(a).

Então vamos lá : sorriso para a janela, mão no apoio, máquina fotográfica pronta… e bom passeio ! 


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