
Esta manhã abri uma garrafa… (descansai, não foi o meu primeiro reflexo do dia) e não, não era um rosé para preparar uma noite entre amigos, mas sim um vinho que carrega todo um legado, para levar ao almoço em casa dos meus pais. Eis a história de uma casa que celebra duzentos anos sem perder uma gota de génio… e com um pouco de boa disposição no copo !
Quando tudo começou (sim, há 200 anos !)
Estamos em 1834, na península de Setúbal (região de Lisboa), em Portugal. Alguém teve a ideia : “E se fizéssemos um vinho que ficasse, que contasse uma história ?” Esse alguém chamava-se José Maria da Fonseca, e nesse dia nascia uma das mais antigas casas de vinhos de mesa do país !
Imaginem : as vinhas de um lado, o oceano Atlântico ali perto, e um saber-fazer novinho em folha para conquistar. Falamos aqui de uma família (sim, da verdadeira, não apenas “família” no sentido empresarial) que, geração após geração, soube combinar tradição, inovação… e uma pitada de ousadia.
Um vinho que conta histórias
Quando visitei a casa-museu da marca em Vila Nogueira de Azeitão, uma vila encantadora, sabem, senti logo aquela atmosfera : as adegas antigas, as pipas, o cheiro a madeira e a vinho.
Fala-se ali da famosa marca Periquita (sim, essa mesma, que vocês conhecem !) lançada em 1850… e do lendário Moscatel de Setúbal, que joga na liga dos grandes vinhos doces. São garrafas com alma, com terroir, com gerações inteiras por trás.
Porque é que faz tanto sentido agora (e porque deviam lembrar-se disto)
Porque num mundo em que tudo muda à velocidade de um “like” (se é que me entendem), há histórias que sabem bem. José Maria da Fonseca é a prova viva de que é possível durar sem estagnar, evoluir sem se trair. Dois séculos depois da sua criação, a casa continua nas mãos da mesma família, sete gerações de paixão, experimentação e respeito pelo terroir !
E o mais impressionante é esta capacidade de permanecer moderna sem perder as raízes : vinhos biológicos, produção sustentável, design minimalista, exportações para mais de 70 países… tudo isto sem deixar de contar uma história profundamente portuguesa. Aliás, é essa mistura de tradição e modernidade que faz toda a magia : uma marca nascida numa pequena vila de Azeitão, tornada embaixadora mundial do saber-fazer português, sem nunca perder o seu sotaque do sul.

Pequenas paixões e curiosidades divertidas
Sabiam que a casa-museu organiza ateliers de degustação para aprender a descrever o vinho sem dizer “hmm… sabe a vinho ?” (aprendi imenso por lá !) A vila de Azeitão tem tudo : vinhas, vinho e… as tortas de Azeitão (sim, sou gulosa, admito). A combinação vinho + doçura + paisagem = a vida, não é ? (e as fotos no telemóvel também, claro)
E se acham que “vinho antigo = preço absurdo”, lembrem-se de que a casa sempre soube manter-se acessível (sim, é possível gostar de vinho sem hipotecar a vida).
E agora ?
Da próxima vez que servirem um copo (com responsabilidade, claro, cabeça no lugar !), pensem nesta casa que sobreviveu à História (revoluções, guerras, modas e missões). Pensem em cada cacho, cada vindima, cada pipa.
E se quiserem um pequeno desafio : comprem uma garrafa de José Maria da Fonseca, sentem-se na varanda, olhem o pôr do sol e digam a vocês próprios : “Aqui estão 200 anos de história no meu copo.”
Bonito, não é ? Saúde a todos !
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