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Sistema de saúde português :  público vs privado

Sistema de saúde português : público vs privado

Pode ser que esteja recém-chegado(a) a Portugal, óculos de sol no nariz, pastel de nata à mão, e… pensa “ok, mas quando eu ficar doente, o que é que faço ?”. Respire (vai correr bem), vamos destrinçar isto juntos, de forma clara, simples e sem aborrecimentos (prometo !) Eis o que precisa de saber sobre o sistema de saúde português, o público, o privado, o que tem de bom e o que convém saber.

O panorama geral

Em Portugal, o sistema de saúde assenta em três pilares :

  • O Serviço Nacional de Saúde (SNS) : é o serviço público nacional e universal.
  • Os “subsistemas sociais de saúde” (para certas profissões ou setores) como polícia, militares, banca…
  • Os serviços e seguros privados : pode optar por utilizá-los ou combiná-los com o sistema público.

Existe uma base pública e, se quiser mais rapidez ou conforto, pode sempre recorrer ao privado à escolha !

O público : o que tem de bom e (sobretudo) o que é preciso saber

As vantagens do sistema público português são muitas e, convenhamos, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um dos orgulhos do país. Cobre todos os residentes legais, sem distinção de rendimentos, permitindo assim que todos tenham acesso a cuidados essenciais. As consultas, exames e tratamentos são muitas vezes gratuitos ou a preços simbólicos, tornando-o num sistema particularmente inclusivo.

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Resultado : uma população geralmente saudável, com uma esperança média de vida de cerca de 81 anos, nada mau, pois não ?

Mas claro, nem tudo é perfeito (senão seria bom demais !). É preciso, por vezes, paciência : os tempos de espera para uma consulta de especialidade podem ser longos, especialmente para atos não urgentes. O médico de família, chamado “médico de família”, é a porta de entrada no sistema : é ele quem orienta e é necessário passar pelo centro de saúde local para qualquer acompanhamento. Em algumas regiões rurais, as infraestruturas podem ser mais limitadas, e o inglês ou o francês nem sempre são as línguas mais faladas. Finalmente, certos cuidados, nomeadamente dentários ou oftalmológicos — são apenas parcialmente cobertos ou pouco abrangidos pelo público.

Se for um residente recente, o primeiro passo é inscrever-se no seu centro de saúde e obter o seu número de utente (sim, esse número precioso !). Uma vez com ele em mãos, terá acesso a todo o sistema público português : sólido, acessível e, apesar das demoras, bastante eficaz !


O privado : quando se quer “mais rápido, mais escolha, mais conforto”

As vantagens do setor privado, em Portugal, são um pouco como passar do autocarro para o táxi : paga-se mais, mas escolhe-se o destino, o horário e chega-se quase sempre mais depressa (bonita metáfora, não acha ?). No setor privado, os tempos de espera são bem mais curtos para consultar um especialista ou marcar uma intervenção (por vezes em poucos dias, menos de uma semana e já tem consulta marcada !). É também o reino da flexibilidade : escolhe-se o médico, muitas vezes o mesmo de uma visita para outra (um luxo !), e algumas clínicas oferecem serviços “premium”, com quartos individuais, atendimento digno de um hotel de quatro estrelas e apoio multilingue. Em suma, é um verdadeiro conforto, sobretudo para expatriados ou para quem prefere um atendimento sem stress e sem barreiras linguísticas.

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Mas… (porque há sempre um mas), esse conforto tem um preço, claro (e aposto que já desconfiava !). O setor privado é logicamente mais caro, e sem um seguro adequado, a fatura pode subir rapidamente. Por isso, vale a pena informar-se bem, verificar se o seu seguro cobre as despesas médicas em Portugal e ler as letras pequenas dos contratos (sim, aquelas que toda a gente salta). E atenção : o facto de um tratamento ser privado não quer dizer que seja necessariamente “melhor”. O sistema público português tem, no geral, boa qualidade, por isso o privado é mais um complemento do que uma necessidade absoluta.

Em resumo : o privado é rapidez, personalização, conforto. O público é segurança, acessibilidade, solidariedade. O ideal ? Misturar os dois : aproveitar a base sólida do sistema nacional e usufruir do conforto do privado quando realmente for preciso. Porque, no fim das contas, o que todos queremos é saúde — e não burocracia !

O que escolher segundo o seu perfil ?

Se é “orçamento controlado, gosto do local”, então use o público como base. Se é “quero ser atendido rapidamente, quero escolher, tenho seguro”, opte antes pelo privado.

E sim : muitos combinam os dois (como eu), público e seguro privado como complemento.

O sistema de saúde português é, no geral, uma boa notícia : um setor público sólido, uma oferta privada complementar e uma qualidade global elevada. Sim, há pormenores (esperas, cobertura dentária, inglês no público), mas no geral vive-se bem. Pense assim : o público é a rede de segurança, o privado é o “upgrade”, “quero escolher, rápido e com conforto”. E entre nós : quando estiver numa esplanada, café na mão, vai poder pensar “sim, estou bem protegido(a) aqui”.

Cuide-se bem !


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