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Pastéis de Bacalhau
Os bolinhos de bacalhau dourados
Há pratos que cheiram a férias e a avó. Os pastéis de bacalhau são exatamente isso. Estes pequenos bolinhos dourados de bacalhau, crocantes por fora e macios por dentro, são ao mesmo tempo um aperitivo, uma madeleine de Proust e a prova de que Portugal percebe tudo de fritos.
Os ingredientes da nostalgia (e da receita)
- 400 g de bacalhau demolhado (o verdadeiro, hein, não aquele já desfiado de lata)
- 400 g de batatas
- 3 ovos
- 1 cebola pequena
- 2 colheres de sopa de salsa fresca picada
- Uma pitada de noz-moscada (o toque “a avó sabia fazer”)
- Pimenta preta
- Óleo para fritar
Preparação da cozinha do coração (e um pouco de óleo)
- Começamos pelo básico: coze o bacalhau durante uns dez minutos, só o suficiente para que se desfie sem se desfazer.
- As batatas seguem-se: coze-as em água e depois reduz-as a puré. Sim, demora um bocadinho, mas é a base da maciez.
- Casamento feliz: mistura o puré e o bacalhau desfiado. Junta a cebola picada, a salsa, a noz-moscada e a pimenta. Prova. Sorri. Já começa a cheirar a domingo ao almoço em casa da tua tia portuguesa.
- Os ovos entram em cena: um de cada vez, para obter uma massa firme mas macia (como o teu primeiro amor de verão na Nazaré).
- E agora, o momento de ouro: molda os bolinhos com a ajuda de duas colheres e mergulha-os em óleo quente. Vê-os dourar, ouve o crepitar… É a música da felicidade.
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A lembrança que cola aos dedos
Lá em casa, os pastéis de bacalhau são sobretudo o perfume dos verões lusitanos. O chão frio de azulejo debaixo dos pés, a televisão a chiar ao fundo e a minha avó que dizia sempre, deixando cair uma gota de óleo no avental:
“Se não fizeres o suficiente, é porque não tens amor suficiente.”
A servir com um copo de vinho verde bem fresco, uma conversa demorada e a ideia doce de que, no fundo, está tudo bem enquanto houver bacalhau na cozinha.
Cozinhar é… dourado, crocante e ligeiramente nostálgico.
L.R.




